Durante o carnaval, o atendimento no PAI (Programa de Atendimento Imediato) do bairro Zanaga foi prejudicado pela falta de médicos. Desde segunda-feira, a reclamação de usuários é que o posto não tinha nenhum profissional para atender aos casos de emergência e urgência. O PAI é gerenciado pelo Instituto SAS (Sistema de Assistência Social e Saúde na cidade de Americana), que é investigado pelo Ministério Público, após denúncias de corrupção.
O morador aposentado José Antonio Lopes, contou que o filho precisou de atendimento médico segunda-feira de manhã, mas foi surpreendido com a notícia da falta de clínico geral. “Ele estava como gripe e antes de irmos lá resolvemos ligar para saber se tinha alguém para atender. ‘Não está tendo e à noite também não vai ter’, foi o que a moça disse no telefone. Eu falei que era uma vergonha aquilo e que ia entrar em contato com o jornal. Depois à noite eu liguei lá e elas disseram que tinha médico”, descreveu.
Morador do bairro há 16 anos, Lopes comentou que a falta de médicos no local é constante. “Está faltando direto. Vire a mexe não tem médico ali. O povo reclama, mas ninguém toma providência”, desabafa.
Ontem pela manhã, a estagiária Maine Aparecida Valério disse que foi surpreendida com a quantidade de pessoas em frente ao posto de atendimento. “Tinha um monte de gente querendo ser atendido, mas as portas estavam fechadas. O pessoal estava encaminhando para o Hospital Municipal, mas tem gente que não tem condições de ir até o local”, disse.
Usuária do PAI, Maine destacou que várias vezes encontrou o local sem médicos. “Quando teve a reforma, achei que fosse melhorar. Mas de um tempo para cá o atendimento piorou bastante. A Farmácia estava aberta hoje (ontem), mas o que adianta sem médico?”, indagou.
IMPREVISTO
O Instituto SAS, por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura de Americana informou que quatro médicos estavam escalados para o atendimento no plantão de ontem no PAI Zanaga. Dois apresentaram atestado e outros dois faltaram sem aviso prévio. A situação se repetiu na segunda-feira de manhã, que também estava com o serviço médico paralisado.
A assessoria acrescentou ainda que a organização social vai tomar providências com relação à conduta dos profissionais que não avisaram previamente as faltas. De acordo com a assessoria, os pacientes de emergência e urgência que se dirigiam ao PAI Zanaga foram encaminhados de ambulância até o pronto socorro do Hospital Municipal.
Em janeiro, divulgamos a que um dos médicos do PAI Zanaga denunciou as mudanças após o surgimento das denuncias ao Instituto SAS no cenário nacional. Atraso nos salários dos funcionários, falta de médicos e a interrupção do serviço de raio-X – por falta de pagamento à empresa que prestava o serviço – foram algumas das reclamações mais constantes com relação ao posto de atendimento do bairro.
Fonte: Jornal O Liberal