Com Projel, escola dá aula de Libras em Americana

A inclusão das crianças e adolescentes na sociedade é um tema tão abrangente que as escolas participantes do Projel (Programa Jornal na Escola) desta semana seguiram caminhos totalmente diferentes, mas todos os trabalhos estavam inseridos no mesmo contexto.

No Ceeja (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos) guia de Americana, o enfoque foi a abertura das aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para os alunos. Na Escola Estadual Idalina Mirandola, na Vila Bertini, o projeto estimulou o senso crítico dos estudantes participantes. Já na Escola Estadual Octavio Soares de Arruda, os trabalhos foram norteados pelo tema “bullying e a violência na escola”.

O Projel é desenvolvido por meio de uma parceria entre a DRE (Diretoria Regional de Ensino) de Americana e o jornal O LIBERAL. Lançado em 2002, o programa tem objetivo de formar jovens com senso crítico mais aguçado, estimular o hábito da leitura e fazer dos alunos agentes sociais.

O projeto atende 50 mil alunos dos ensinos fundamental e médio de 75 escolas da rede estadual de Americana, Nova Odessa e Santas Bárbara d’Oeste, inclusive as turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Com cerca de 30 alunos portadores de deficiência auditiva matriculados nos ensinos fundamental e médio, o Ceeja iniciou as aulas de Libras. A novidade, que veio em parceria com o Projel, ajudou a despertar o interesse dos alunos pelas aulas já que agora eles conseguem entender com mais precisão e facilidade o conteúdo trabalhado nas aulas.

A iniciativa é apoiada pela lei federal 10.436, que regulariza a existência de um interlocutor para acompanhar os surdos e deficientes auditivos dentro de sala.

“No ano passado, os alunos que estavam matriculados no Sesi procuraram o Ceeja e pediram vaga. Na época, eram 25 alunos deficientes auditivos. Mas não tínhamos uma professora especializada. No Sesi, era teleaula e eles não estavam entendendo. Hoje temos uma professora contratada pelo Estado. Os 30 alunos são divididos entre as professoras – 15 para cada – e há mais interesse pela aula”, comenta o vice-diretor do centro, Laudelino Sagradin.





A novidade contribuiu ainda para realização de uma oficina de humor, atividade que também fez parte do Projel. De acordo com a professora de artes Elizabeth Roberto Konishi, os desenhos com pitadas cômicas já faziam parte da disciplina de educação artística.

No entanto, o programa contribuiu para realização de um trabalho maior.

“Aproveitamos o tema do Projel para realizarmos uma oficina especial de humor, com caricaturas feitas na hora. Foi uma maneira deles se expressarem. Inclusive, nos surpreendemos com a qualidade dos desenhos. É um canal diferente para se expressar e deu certo”, completa.

Idalina Mirandola e a crítica à degradação

Na escola Idalina, os alunos das oitavas séries do ensino fundamental também foram instigados a se expressar. Os estudantes foram estimulados a ter mais contato com o jornal em sala de aula, já que nem todos tinham intimidade com esse meio de comunicação.

Para incentivar a leitura das matérias, os alunos tinham que desenvolver análises críticas sobre as matérias lidas e falar sua opinião sobre o conteúdo por meio de cartas do leitor ou artigos de opinião por meio de rodas de conversa e debates em sala de aula.

Os professores da escola também trabalharam com os alunos a identificação dos principais elementos de uma notícia – lead jornalístico, a distinção de textos factuais de opinativos e o desenvolvimento de um jornal mural na escola. Para isso, usaram como recursos recortes de textos publicados no Jornal O LIBERAL e produções dos próprios alunos.

Os alunos Gustavo Azevedo e Gabriela Leme, por exemplo, abordaram o assunto meio ambiente para fazer um artigo de opinião.

“Cada vez mais as cidades invadem as florestas, o que facilita a exploração da fauna e flora, por pessoas que só visam o lucro a qualquer preço, sem se importarem com o dano ambiental. Penso que algo deve ser feito, com urgência, para protegermos nosso meio ambiente, pois só a união e o equilíbrio entre a fauna, flora e seres humanos garantirão o futuro do nosso planeta”, diz o texto.

De acordo a coordenadora pedagógica da escola Cátia Barbosa Castiglieri Anis, a avaliação do material produzido será continua. “E com a produção de um jornal mural, com a participação de todos os alunos envolvidos no projeto”, conclui.

Fonte: Jornal O Liberal





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