Sessão em Americana é marcada por nova confusão

A primeira sessão da Câmara Municipal de Americana após as eleições municipais já deu sinais de como deve funcionar o Poder Legislativo no próximo mandato. Apesar do público presente à sessão para acompanhar a votação do veto parcial do prefeito Diego De Nadai (PSDB) ao projeto de lei que trata de um programa habitacional no município, o vereador da base aliada ao governo, Paulo Sérgio Vieira Neves (PSC), pediu vista da matéria.

A medida causou a revolta do público, que se manifestou com xingamentos ao vereador e muita confusão. Além disso, com o pedido de vista, os vereadores não puderam votar nenhum outro projeto, já que a pauta ficou trancada. A sessão foi encerrada meia hora depois do início.

O projeto tratava da autorização para leiloar uma área da Prefeitura de Americana onde será implantado um conjunto habitacional através do programa Minha Casa, Minha Vida. O prefeito vetou o artigo da lei que obrigava a utilização da lista de inscritos na Secretaria da Habitação para os programas habitacionais. A relação é composta por cerca de sete mil famílias, que aguardam há anos serem contempladas com a casa própria. A justificativa para o veto é que o uso da lista não é permitido pelo programa federal.





Na sessão passada, o vereador Marco Antonio Alves Jorge (PDT) tentou inserir o veto na pauta de votação. No entanto, o pedido de inclusão foi rejeitado pela base aliada ao governo. O vereador alegou que foi uma tentativa de fazer com que os colegas votassem antes de domingo, tendo em vista que, após o resultado da eleição, eles poderiam não ter pudores em acatar o veto do prefeito.

Na sessão de ontem, o veto entrou obrigatoriamente na pauta, mas recebeu o pedido de vista, que é concedido automaticamente na primeira vez. Paulo Sérgio alegou apenas que é direito do vereador pedir vista. Ao final da sessão e no meio da confusão, ele não permaneceu no plenário para falar com a imprensa.

A moradora que se identificou apenas como Delma lamentou a demora para a definição. “Minha mãe está inscrita há mais de 20 anos. Ela já está com 77 anos e o sonho dela é ter a casa própria. Mas, pelo visto, não sei se vai dar tempo dela realizar esse sonho”, afirmou.

Alves Jorge acredita que a manobra tenha relação com o período eleitoral. “Um dia antes da eleição, o eleitor é rei. Um dia depois, o eleitor é lixo”, disparou. O vereador da base aliada, Luciano Corrêa (PSDB), negou que o pedido de vista tenha sido combinado a pedido do governo. “Não chegou nenhuma orientação sobre isso. Estava tudo certo para votar o veto. Acredito que foi uma decisão particular do vereador Chocolate”, garantiu. O veto volta à pauta na próxima sessão.

Fonte: Jornal O Liberal 





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