Americana: ‘Garanto o Carnaval só até 2013’, diz dirigente

Pela quinta vez a Escola de Samba Imperatriz Americanense sagrou-se campeã do desfile organizado pelo Poder Público da cidade Americana. Nada mal para uma agremiação carnavalesca que em outubro do ano passado teve mais de 80% de toda sua produção destruída, após um incêndio no local onde funcionava seu barracão.

Mais que um sinal de superação das dificuldades, o quinto título da Imperatriz reforça um sintoma dos problemas pelos quais passa o combalido Carnaval de Americana no que diz respeito a desfiles de avenida, pois mesmo saindo para as ruas com menos de um terço de sua capacidade total, o nível das outras escolas foi tão baixo que não conseguiu fazer sombra aos carnavalescos que dominam o “Carnafolia”, evento promovido pelo poder público de Americana desde 2008.

E o pessimismo parte até de quem deveria estar festejando sua vitória, como fica claro nesta entrevista realizada com o carnavalesco Celso Pires, presidente da Imperatriz Americanense, que fala dos problemas atuais e futuros.

Liberal – Como foram os festejos pelo quinto título da Imperatriz?
CELSO PIRES – Intensos. O povo da escola vibrou muito e merecidamente. Tivemos meses complicados e tristes e nem iríamos sair na avenida neste ano. Acho que o pessoal que acreditou na gente e nos apoiou também deve ser agradecido por essa conquista.





Liberal – A vitória da Imperatriz Americanense com todas essas dificuldades não é uma prova do baixo nível do atual Carnaval de escolas da cidade?
CP – Hoje falta profissionalismo na cidade. Precisamos realizar oficinas de ritmos, de adereços, de coisas básicas. Fora isso, é preciso haver uma maior união, coisa que está longe de acontecer.

LIBERAL – A criação de uma Liga não seria a solução?
CP – E quem iria fazer parte dessa Liga? Hoje temos duas escolas. Falta haver uma comunidade, gente que passa o ano lutando pelas suas escolas. Nós mesmos temos esse problema, pois temos gente de toda a cidade desfilando conosco. Uma escola é um símbolo do seu bairro.

LIBERAL – Você teria alguma solução para todo esse impasse?
CP – Talvez uma organização regional seja a saída. Pegaríamos todos os municípios em volta de Americana e faríamos algo unificado, e as cidades trariam pessoas do Rio de Janeiro e de São Paulo para ensinar o povo daqui a fazer Carnaval.

LIBERAL – Então os desfiles estão condenados ao fim em Americana?
CP – Eu garanto a Imperatriz até o ano que vem, pois já vamos começar a preparar o desfile de 2013. Mas o futuro não é promissor pelo que estamos vivendo neste momento.

Fonte: Jornal O Liberal





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